As técnicas mais utilizadas são:
Crosslinking
O “Crosslinking” da córnea é um novo tratamento cirúrgico desenvolvido com a finalidade de aumentar a resistência da córnea, aumentando sua estabilidade.O procedimento consiste na utilização combinada de Riboflavina em associação à radiação UVA. O objetivo é minimizar a progressao do ceratocone e com isso retardar ou até mesmo evitar um futuro transplante de córnea.
A técnica é indicada para pacientes com ceratocone em Estágios I a III. É contra indicada em pacientes com espessura corneana menor que 400um e em pacientes que apresentam cicatrizes corneanas densas.
O procedimento dura cerca de 1 hora e termina com a colocação de uma lente terapêutica que servirá como um “curativo” enquanto ocorre a cicatrização, o que leva em torno de 7 dias. Nesse período se inicia a utilização de colírios antibióticos (7 dias) e antiinflamatórios (1 mês). Após 7 dias a lente de contato deve ser removida. Os pacientes que usavam lentes de contato rígidas podem reiniciar seu uso após dois meses.
Após a retirada da lente terapêutica pode haver desconforto ocular associado a sensação de corpo estranho, ardência, lacrimejamento e dor leve a moderada. Após o primeiro mês há certa estabilização da visão, podendo ocorrer sua melhora gradativa. Alguns pacientes podem levar até 3 a 6 meses para melhora completa.
É importante salientar que a maioria dos pacientes requer alguma forma de correção visual (óculos ou lente de contato) após a cirurgia, com objetivo de obter melhor visão.
Os riscos desta cirurgia são mínimos. Entre as complicações que eventualmente podem ocorrer temos: infecção; perda da transparência ou inchaço da córnea; visão dupla ou embaçada; leve queda palpebra (temporário); inchaço ao redor do olho (temporário); ressecamento ocular com coceira, ardência, sensação de areia e lacrimejamento (temporário); Reflexos luminosos (ofuscamento visual). Ainda não existem casos descritos de complicações relacionadas à radiação UV-A utilizada durante a realização do procedimento, como Catarata ou doenças da retina. A maioria das complicações acima descritas são tratadas e solucionadas, ou ainda podem melhorar espontaneamente.
O acompanhamento é feito através de exames semestrais para avaliar principalmente a visão do paciente, a curvatura corneana e astigmatismo.
Implante de Anel Intra-Estromal Corneano
Os anéis intra-corneanos são indicados em pacientes com ceratocone que apresentam dificuldade visual com o uso de óculos e intolerância ao uso de lentes de contato. Tem a função de melhorar a visão através da regularização da córnea, com redução do astigmatismo e/ou da curvatura corneana. São recomendados apenas para alguns tipos e graus de ceratocone, em córneas transparentes.
Esse procedimento é rápido (cerca de 15 minutos) e indolor e apresenta baixo índice de complicações. É uma técnica reversível (os anéis podem ser removidos se produzirem algum efeito indesejado) e ajustável (os anéis podem ser modificados ou substituídos). Na maioria das vezes, é necessário readaptar LC (rígidas ou gelatinosas) ou utilizar óculos para corrigir o grau restante.
A recuperação visual é gradual. Ocorre de maneira mais significativa nas primeiras semanas, levando em torno de 3 meses até a estabilização. Após esse período são prescritos novos óculos ou lentes de contato, caso necessário.
Pode ocorrer a diminuição do grau de astigmatismo e melhora da visão. O resultado, entretanto, é variável, podendo ocorrer melhora significativa da visão em alguns casos e nenhuma melhora em outros.
Implante de Anel Intra-Estromal com Laser Fentosegundo (FERRARA)
A evolução tecnológica do laser associada à transparência natural da córnea, permitiu o desenvolvimento de técnica com cortes super precisos através de pulso ultra rápido (Femtossegundo) para a criação de túneis intracorneanos. Esses túneis são utilizados para o implante de anéis intraestromais (Ferrara), de material sintético que regularizam o formato anterior da córnea com melhora da acuidade visual daqueles pacientes portadores de ceratocone nos quais a visão não melhora com o uso de óculos e/ou lentes de contato. O Laser tornou a cirurgia mais previsível, reprodutível, eficiente e segura, pois apresenta acurácia de micras (milésimo de milímetro) na confecção de túneis e cortes na córnea, o que não era possível com a técnica manual.
Transplante de córnea
É a cirurgia clássica para a correção do ceratocone. Como o transplante é uma operação que engloba vários riscos e também um doador, existem outras técnicas utilizadas para o tratamento.
O procedimento é realizado quando a Córnea possui um grau avançado (Estagio IV) da doença.
O transplante de córnea é uma técnica com alto índice de sucesso e com a menor taxa de rejeição entre os transplantes de tecidos. Esta é realizada sob anestesia local e sem a necessidade de internação, exceto em crianças e pacientes pouco cooperativos.
É uma cirurgia que troca a porção central da córnea por uma córnea sadia.
A recuperação definitiva da visão geralmente é lenta, mas após um mês o paciente já pode retomar a maioria de suas atividades diárias sem incômodos. Somente após seis meses, caso seja necessário, e geralmente o é, o paciente poderá iniciar o tratamento para correção visual. Seja através de lente de contato, óculos ou cirurgia refrativa.